Esta não é apenas a história de Felipe. Milhares de brasileiros estão passando pela mesma crise que descrevi no post sobre o superendividamento.
Arcar com as despesas de casa está cada vez mais difícil para o trabalhador neste país, e com o aumento da inflação e dos preços dos produtos e serviços de consumo básico, e a elevação crescente das taxas de juros dos serviços de crédito bancário, fechar as contas no final do mês é quase como terminar uma corrida de maratona: quase impossível para a maioria de nós.
Hoje trago a história de Maria e Marcos, que adquiriram um veículo em agosto de 2021 por meio de um financiamento ao Banco Bradesco S.A.
Maria é enfermeira. Em razão da profissão, possui diversos contratos tanto com hospitais públicos e privados, e vive dos valores que recebe em razão dos plantões que presta para as instituições de saúde que trabalha.
Adquiriu o veículo exatamente para o exercício de sua atividade. Após o cumprimento de um plantão, deve estar presente em outra unidade de saúde no horário para cumprir a jornada de trabalho.
Ambos possuíam contratos tanto com a Prefeitura do Município em que vivem, como também possuem vínculo com o Governo do Estado da Paraíba.
Ocorre que, pouco tempo após a contratação do financiamento do veículo junto ao banco, ambos foram exonerados dos contratos com o Município, reduzindo drasticamente os rendimentos da família.
A parcela que tinham contratado com o banco no valor de R$ 2.446,62 passou a não mais caber no orçamento.
Em razão disto passaram a entrar em contato com o Bradesco, solicitando uma renegociação do contrato, para permitir a redução das parcelas e a continuidade dos pagamentos. Ligaram inúmeras vezes, explicaram toda a situação, mas o banco não aceitou a redução das parcelas.
A partir de então a vida virou um pesadelo, pois o banco passou a realizar ligações intermináveis para cobrar pelos atrasos, além de mensagens de SMS todo dia para que a devedora realizasse o pagamento das parcelas.
Mas o incômodo das cobranças não foi nada, diante de um outro receio muito maior: perder o carro para o banco.
Neste caso, não se trata de simples perda do veículo: o pior é a humilhação de ter um oficial de justiça guinchando o carro na garagem, com porteiro e vizinhos vendo tudo de camarote.
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