INTRODUÇÃO
Temos que a escola é uma instituição de ensino inserida no contexto de ensino e de aprendizagem tanto de crianças como de jovens e adultos e necessita de entrelaçar os conhecimentos de bases curriculares com as relações sociais, afim de formar um cidadão completo ao convívio em sociedade. (SANTOS, 2021)
Visto isso, temos que muitas pessoas são discriminadas por questões de raça, e assim a Lei de Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) se adaptou o ensino das relações étnico-raciais:
O sucesso das políticas públicas de Estado, institucionais e pedagógicas, visando a reparações, reconhecimento e valorização da identidade, da cultura e da história dos negros brasileiros depende necessariamente de condições físicas, materiais, intelectuais e afetivas favoráveis para o ensino e para aprendizagens; em outras palavras, todos os alunos negros e não negros, bem como seus professores, precisam sentir-se valorizados e apoiados. (MEC, 2004, p.29)
Tem-se, portanto, que a convivência em sociedade deve-se partir do respeito ao próximo já que vivemos em um país democrático, não é possível educar para a igualdade étnico-racial sem romper com os paradigmas, com linguagens explícitas como de inferioridade a negros; é nesse ponto que os professores tem a possibilidade de ampliar os conhecimentos e superar o velho para inventar o novo, colocando políticas de ações afirmativas na área educacional desde os jardins de infância para que ocorra a redução das desigualdades e consequentemente a igualdade; uma vez que não é possível mudar o mundo de uma hora para outra, mas é de fato plantar a “sementinha” de amor ao próximo na criança onde a mesma possui um olhar limpo e sereno ao ver o outro e assim possa levar para dentro do lar esta maneira de olhar e refletir o próximo como um ser igual. (SANTOS, 2021)
Denota-se que o povo brasileiro é miscigenado com várias etnias, culturas e religiões, conforme FREIRE (1995):
Quando digo unidade na diversidade é porque, mesmo reconhecendo que as diferenças entre pessoas, grupos, etnias, possam dificultar um trabalho em unidade, ela é possível. Mais: é necessária, considerando-se a coincidência dos objetivos por que os diferentes lutam. A igualdade nos e dos objetivos pode viabilizar a unidade na diferença. (Freire, 1995, p. 68)
Contudo, temos que a nossa sociedade ainda é preconceituosa, pois cresceu dentro do eurocentrismo e a discriminação dos negros só veio a crescer pois o Brasil girou em torno do “o que vem da Europa é melhor”. A luta pela equidade do negro na sociedade vem de longas jornadas, quando em 2003 houve a implantação da lei n. 10. 639 que em seu Art. 26-A trata o seguinte:
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras
Temos então, que o ensino da historicidade da cultura Afro Brasileira nas escolas não pode ser encarada como apenas uma peça a mais no currículo de ensino, mas sim como o estabelecimento e ilustração de lutas pela igualdade traçada em espelho com direitos e deveres em que foram a base da construção de nosso país.
Em se tratando dos docentes, percebe-se que os mesmos encaram a desconstrução do racismo como um desafio pois deverão desfazer a visão segregada da origem africana a sociedade vivida, onde muitos já se encontram com uma visão discriminada visto que foram a ideologia superior de famílias e antepassados tratavam os negros como meros trabalhadores aos senhores.
Cabe aos docentes minimizar as frases “o que você está fazendo? Somos todos iguais” pois as mesmas findam a autoestima do aluno negro como um ser diferente a classe social inserida; a posteriori os docentes necessitam de rodas de conversas mostrando que somos seres diferentes entre si, onde cada um possui uma religião, uma cultura, um físico, cor e raça, mas que os direitos e deveres de cidadãos são iguais. É preciso enfatizar que o negro teve sua história respeitada deixada por seus antepassados. (SANTOS, 2021)
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