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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

AS ARTIMANHAS UTILIZADAS PARA CHEGAR AO PODER POLÍTICO

 




Compulsando meus guardados, deparei-me com uma matéria do ano de 1997 concernente à campanha política municipal de 1996 para as prefeituras das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Ambas as capitais contavam com Paulo Maluf e César Maia, que na atualidade seriam grandes influencer políticos.

Em São Paulo quem ditava as regras da política era Paulo Maluf e no Rio de Janeiro, César Maia. Paulo Salim Maluf tinha como afilhado político o então candidato Celso Pitta e conclamava os eleitores com a seguinte frase: “SE ELE NÃO FIZER UM BOM GOVERNO, NÃO VOTEM MAIS EM MIM”.

 A metáfora utilizada por Maluf é uma clássica negação à Democracia, pois, é corporificada e processada inconscientemente pelos eleitores. Esse método de transmissão de poder saltou os muros dos partidos e caiu no seio familiar daqueles que já são detentores do poder e agora o utilizam como correia de transmissão política para transmitir o comando de cidades e estados no seio familiar, fazendo do voto popular PROPRIEDADE PESSOAL E TRANSFERÍVEL, retirando do mesmo o sentido político literal e clássico da manifestação do eleitor, que, como indivíduo que supostamente vive em uma sociedade democrática deveria decidir, baseando-se no histórico de governo daquele que tenta se reeleger ou colocar um amigo ou, em último caso, um familiar para sucedê-lo...

 AS CAMPANHAS NO PASSADO

Em 1996 não contávamos com a grande enxurrada de redes sociais e a publicidade dos governantes e supostos candidatos apoiados por estes restringia-se única e tão somente aos jornais televisivos e impressos, bem como à propaganda eleitoral gratuita e o tão conhecido formiguinha, que levava o santinho e propostas do candidato de porta em porta, além dos comícios, é claro!

 AS CAMPANHAS NA ATUALIDADE

 Hoje, todavia, as redes sociais são a intermediária mais importante na difusão dos candidatos. Neste sentido, quem detém o poder consegue financiar várias pessoas que vivem em parcial ou total dependência financeira dos padrinhos políticos de pretensos candidatos, para criar uma vasta cadeia de redes sociais e manipular a mente dos eleitores no sentido de determinar quem deve e quem não deve ser votado, demostrando quem manda e quem obedece, sendo os eleitores estes últimos.

 NEM TODOS SÃO BEM VINDOS PELOS PADRINHOS

Afilhado político era e continua sendo a expressão mais utilizada pelos padrinhos políticos para designar aquele que pode contar com apoio incondicional para candidatar-se e ser eleito. Aquele que patrocina candidatos já possui seus prediletos e estes recebem a maior fatia financeira de recursos. A estratégia é distribuir pequenos valores para uma grande massa de candidatos com objetivo de que estes sejam multiplicadores de campanha, porém não serão eleitos e após as eleições serão colocados de lado, sequer conseguirão falar com o então empossado candidato eleito.

  A TRANSMISSÃO DO PODER ENTRE PARENTES

A transmissão de poder no seio familiar está corroendo a democracia brasileira, pois impede o livre exercício dela. É muito comum ouvirmos de algum eleitor a seguinte frase “NÃO VOU VOTAR NESSE CARA POR QUE ELE NÃO TEM GRANA, ATÉ É INTELIGENTE E TEM BOAS IDEIAS, VOU VOTAR NO FULANO PORQUE ELE É GRANADO E VAI ME AJUDAR, PRECISO COMPRAR 4 SACOS DE CIMENTO PRA TENTAR TERMINAR UMA OBRA LÁ EM CASA”.

Contudo, esse entendimento que alguns eleitores possuem, felizmente trata-se de uma MINORIA EM EXTINÇÃO, é plantado na mente deles pelos próprios candidatos, que em sua maioria já estão no exercício do poder, seja ele Executivo ou Legislativo nas devidas esferas da nação, visando a perpetuação no cargo e consequente transmissão do mesmo para filhos e netos.

Famílias com tradição política revezam-se no poder, iniciando pela escalada inferior (vereador) e nesse cargo caminham a passos largos na hierarquia concernente ao mesmo, como, por exemplo, primeiro secretário da Câmara, Presidente da Câmara, etc. Depois os degraus vão aumentando, passando a deputado estadual, prefeito, vice-prefeito, deputado federal, Senador, governador, e quem sabe, Presidente da República. porém alguns saltam a etapa de deputado federal e candidatam-se diretamente ao Senado Federal com objetivo de deixar uma lacuna para os parentes mais próximos assumirem no poder de cidades e Estados.

O que o eleitor deve e precisa fazer é uma leitura pretérita e também contemporânea da situação  política dos candidatos para poder entender quais as intenções dos mesmos. Eu particularmente acho pouco cognitivo, por parte de alguns eleitores e apoiadores de determinados candidatos, criar redes sociais e ficar fazendo postagens fakes acerca de  “A” ou “B”, com a clara intenção de retirar votos e colocar a o candidato em situação vexatória.

Contudo, não apenas as redes sociais auxiliam na propagação do nome de candidatos. Uma das grandes estratégias utilizadas no Brasil é lançar pseudos candidatos de oposição para poder dividir os eleitores e não correr o risco de perder as eleições.

Geralmente esses pseudos candidatos são comerciantes e empresários que aceitam a tarefa de se passar por oposição para garantir contratos na futura administração, seja ela municipal, estadual ou federal.

Em suma: o pseudos candidato recebe um bom recurso para encenar uma candidatura, dividir os eleitores e, de quebra, sair vencedor de alguma licitação milionária garantindo-a por 8 anos. E é claro que este cidadão dará o próprio sangue para defender sues interesses pessoais em cima de quem quer que seja.  É o conhecido “MATA A MÃE”.

Não vamos generalizar e afirmar que toda oposição se enquadra no contexto acima. Existem oposições verdadeiras, que sabem separar as coisas, inclusive as amizades, seja nos negócios ou na política!

 

Um forte abraço a todos e uma excelente sexta-feira.

Alberto Duarte .'.


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