Compulsando
meus guardados, deparei-me com uma matéria do ano de 1997 concernente à
campanha política municipal de 1996 para as prefeituras das cidades de São
Paulo e Rio de Janeiro. Ambas as capitais contavam com Paulo Maluf e César
Maia, que na atualidade seriam grandes influencer políticos.
Em São
Paulo quem ditava as regras da política era Paulo Maluf e no Rio de Janeiro, César
Maia. Paulo Salim Maluf tinha como afilhado político o então candidato Celso Pitta
e conclamava os eleitores com a seguinte frase: “SE ELE NÃO FIZER UM BOM
GOVERNO, NÃO VOTEM MAIS EM MIM”.
Em
1996 não contávamos com a grande enxurrada de redes sociais e a publicidade dos
governantes e supostos candidatos apoiados por estes restringia-se única e tão
somente aos jornais televisivos e impressos, bem como à propaganda eleitoral
gratuita e o tão conhecido formiguinha, que levava o santinho e propostas do
candidato de porta em porta, além dos comícios, é claro!
Hoje, todavia, as redes sociais são a
intermediária mais importante na difusão dos candidatos. Neste sentido, quem detém
o poder consegue financiar várias pessoas que vivem em parcial ou total
dependência financeira dos padrinhos políticos de pretensos candidatos, para
criar uma vasta cadeia de redes sociais e manipular a mente dos eleitores no
sentido de determinar quem deve e quem não deve ser votado, demostrando quem
manda e quem obedece, sendo os eleitores estes últimos.
Afilhado
político era e continua sendo a expressão mais utilizada pelos padrinhos
políticos para designar aquele que pode contar com apoio incondicional para candidatar-se
e ser eleito. Aquele que patrocina candidatos já possui seus prediletos e estes
recebem a maior fatia financeira de recursos. A estratégia é distribuir
pequenos valores para uma grande massa de candidatos com objetivo de que estes
sejam multiplicadores de campanha, porém não serão eleitos e após as eleições
serão colocados de lado, sequer conseguirão falar com o então empossado
candidato eleito.
A transmissão
de poder no seio familiar está corroendo a democracia brasileira, pois impede o
livre exercício dela. É muito comum ouvirmos de algum eleitor a seguinte frase “NÃO
VOU VOTAR NESSE CARA POR QUE ELE NÃO TEM GRANA, ATÉ É INTELIGENTE E TEM BOAS
IDEIAS, VOU VOTAR NO FULANO PORQUE ELE É GRANADO E VAI ME AJUDAR, PRECISO
COMPRAR 4 SACOS DE CIMENTO PRA TENTAR TERMINAR UMA OBRA LÁ EM CASA”.
Contudo, esse entendimento que alguns eleitores possuem, felizmente trata-se de uma MINORIA EM EXTINÇÃO, é plantado na mente deles pelos próprios candidatos, que em sua maioria já estão no exercício do poder, seja ele Executivo ou Legislativo nas devidas esferas da nação, visando a perpetuação no cargo e consequente transmissão do mesmo para filhos e netos.
Famílias com tradição política revezam-se no poder, iniciando pela escalada inferior (vereador) e nesse cargo caminham a passos largos na hierarquia concernente ao mesmo, como, por exemplo, primeiro secretário da Câmara, Presidente da Câmara, etc. Depois os degraus vão aumentando, passando a deputado estadual, prefeito, vice-prefeito, deputado federal, Senador, governador, e quem sabe, Presidente da República. porém alguns saltam a etapa de deputado federal e candidatam-se diretamente ao Senado Federal com objetivo de deixar uma lacuna para os parentes mais próximos assumirem no poder de cidades e Estados.
O que o eleitor deve e precisa fazer é uma leitura pretérita e também contemporânea da situação política dos candidatos para poder entender quais as intenções dos mesmos. Eu particularmente acho pouco cognitivo, por parte de alguns eleitores e apoiadores de determinados candidatos, criar redes sociais e ficar fazendo postagens fakes acerca de “A” ou “B”, com a clara intenção de retirar votos e colocar a o candidato em situação vexatória.
Contudo,
não apenas as redes sociais auxiliam na propagação do nome de candidatos. Uma
das grandes estratégias utilizadas no Brasil é lançar pseudos candidatos de
oposição para poder dividir os eleitores e não correr o risco de perder as
eleições.
Geralmente
esses pseudos candidatos são comerciantes e empresários que aceitam a tarefa de
se passar por oposição para garantir contratos na futura administração, seja
ela municipal, estadual ou federal.
Em suma:
o pseudos candidato recebe um bom recurso para encenar uma candidatura, dividir os eleitores e, de quebra, sair vencedor de alguma licitação milionária garantindo-a por 8 anos. E é claro que este cidadão
dará o próprio sangue para defender sues interesses pessoais em cima de quem quer que seja. É o conhecido “MATA A MÃE”.
Não
vamos generalizar e afirmar que toda oposição se enquadra no contexto acima.
Existem oposições verdadeiras, que sabem separar as coisas, inclusive as
amizades, seja nos negócios ou na política!
Um
forte abraço a todos e uma excelente sexta-feira.
Alberto
Duarte .'.
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